Autor:
José Rodrigues dos Santos
Editora
Gradiva
12ª
Edição
Sinopse
Um Milionário em
Lisboa é a continuação da história começada em O Homem de Constantinopla.
O livro está
dividido em três partes.
A Parte Um,
intitula-se "Horrores" e a sua
acção começa com Kaloust Sarkisian, o protagonista, a viver em Londres com a
mulher e o filho e prestes a fechar o negócio do século.
Entretanto, enquanto o pai prepara a sua entrada para a
petrolífera Turca, que o tornará um dos homens mais ricos do mundo, Krikor, o
filho, apenas consegue pensar em Marjan, a bela Arménia por quem se apaixonara.
Assim, Krikor parte para a Turquia, às escondidas do pai e com a ameaça de uma
guerra mundial eminente pairando no ar.
Por esta altura, os
Turcos iniciam a matança generalizada de todos os homens Arménios e a
deportação das mulheres, crianças e velhos. Krikor, devido às suas origens
Arménias, vê-se forçado a disfarçar-se de mulher e seguir com as mulheres da
família da sua amada. Porém, a suposta deportação das mulheres não passa de um
estratagema dos Turco para matá-las.
A Parte Dois
intitula-se " Beleza" e começa
5 anos após o final da 1ª Guerra Mundial.
Krikor, conseguiu
fugir da "Marcha da Morte", na Turquia, mas perdeu lá Marjan. A sua
culpa por não ter sido capaz de a proteger vive como uma doença maligna no
peito.
Após os terrores da
guerra, muito mudou na vida das pessoas. A visão do mundo tornou-se mais
relativa. A arte foi uma das que mais mudou, sendo o seu próprio conceito posto
em causa. Afinal, o que é a arte?
É também nesta parte
que começa a segunda guerra mundial. Kalous vê-se declarado inimigo pela
Grã-Bretanha e o seu estatuto na diplomacia iraniana já não lhe confere mais
protecção. Há que fugir de França, mas para onde? É Krikor quem dá a brilhante
ideia… Lisboa.
A terceira e última
parte, intitula-se "Exílio" e descreve a estadia, carregada de
peripécias, do homem mais rico do mundo em Portugal.
Uma obra genial.
Absolutamente arrebatadora na sua simplicidade de narração. Captura o leitor desde a primeira frase,
deixando-o refém de cada próxima página.
Constituída por três
parte absolutamente diferentes. A
primeira envolveu-me de tal forma que terminei a chorar copiosamente . O autor
é capaz de nos apresentar personagens às quais ganhamos estima. No momento seguinte, entrega-as de
forma crua e sem arabescos literários às mãos desumanas e brutais que lhe fazem
as maiores barbaridades.
Na minha opinião, a segunda parte é mais bucólica e enfadonha. Uma transição demasiado brusca entre
a acção alucinante da fuga de Krikor, na primeira parte, para a estadia da
família Sarkisian em diversos hotéis de luxo, as artimanhas diplomáticas e
financeiras do velho kaloust.
A terceira parte,
retoma um pouco o ritmo mais animado, ao descrever de forma bastante cómica
diversos episódios da estadia de Kaloust em Portugal. O multimilionário apresentado na sua forma
mais humana, velho e com a saúde comprometida, mas com a mesma casmurrice que o
tornara o homem mais rico do mundo.
Este livro não para
de surpreender até à ultima linha. No epílogo somos, levados a questionar-nos,
de uma forma bastante emotiva, sobre o que é a beleza. A pergunta fica no ar e
cada leitor terá a sua própria resposta a dar.
Até Breve e.... Boas Leituras!
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