domingo, 22 de outubro de 2017

Um Milionário em Lisboa - Review





Um Milionário em Lisboa

Autor: José Rodrigues dos Santos
Editora Gradiva
12ª Edição 


Sinopse

Um Milionário em Lisboa é a continuação da história começada em O Homem de Constantinopla.
O livro está dividido em três partes.
A Parte Um, intitula-se "Horrores" e  a sua acção começa com Kaloust Sarkisian, o protagonista, a viver em Londres com a mulher e o filho e prestes a fechar o negócio do século.
Entretanto,  enquanto o pai prepara a sua entrada para a petrolífera Turca, que o tornará um dos homens mais ricos do mundo, Krikor, o filho, apenas consegue pensar em Marjan, a bela Arménia por quem se apaixonara. Assim, Krikor parte para a Turquia, às escondidas do pai e com a ameaça de uma guerra mundial eminente pairando no ar.
Por esta altura, os Turcos iniciam a matança generalizada de todos os homens Arménios e a deportação das mulheres, crianças e velhos. Krikor, devido às suas origens Arménias, vê-se forçado a disfarçar-se de mulher e seguir com as mulheres da família da sua amada. Porém, a suposta deportação das mulheres não passa de um estratagema dos Turco para matá-las.

A Parte Dois intitula-se " Beleza"  e começa 5 anos após o final da 1ª Guerra Mundial.
Krikor, conseguiu fugir da "Marcha da Morte", na Turquia, mas perdeu lá Marjan. A sua culpa por não ter sido capaz de a proteger vive como uma doença maligna no peito.
Após os terrores da guerra, muito mudou na vida das pessoas. A visão do mundo tornou-se mais relativa. A arte foi uma das que mais mudou, sendo o seu próprio conceito posto em causa. Afinal, o que é a arte?
É também nesta parte que começa a segunda guerra mundial. Kalous vê-se declarado inimigo pela Grã-Bretanha e o seu estatuto na diplomacia iraniana já não lhe confere mais protecção. Há que fugir de França, mas para onde? É Krikor quem dá a brilhante ideia… Lisboa.

A terceira e última parte, intitula-se "Exílio" e descreve a estadia, carregada de peripécias, do homem mais rico do mundo em Portugal.


Opinião

Uma obra genial. Absolutamente arrebatadora na sua simplicidade de narração.  Captura o leitor desde a primeira frase, deixando-o refém de cada  próxima página.
Constituída por três parte absolutamente  diferentes. A primeira envolveu-me de tal forma que terminei a chorar copiosamente . O autor é capaz de nos apresentar personagens às quais ganhamos  estima. No momento seguinte, entrega-as de forma crua e sem arabescos literários às mãos desumanas e brutais que lhe fazem as maiores barbaridades.
Na minha opinião, a segunda parte é mais bucólica e enfadonha. Uma transição demasiado brusca entre a acção alucinante da fuga de Krikor, na primeira parte, para a estadia da família Sarkisian em diversos hotéis de luxo, as artimanhas diplomáticas e financeiras do velho kaloust.
A terceira parte, retoma um pouco o ritmo mais animado, ao descrever de forma bastante cómica diversos episódios da estadia de Kaloust em Portugal.  O multimilionário apresentado na sua forma mais humana, velho e com a saúde comprometida, mas com a mesma casmurrice que o tornara o homem mais rico do mundo.
Este livro não para de surpreender até à ultima linha. No epílogo somos, levados a questionar-nos, de uma forma bastante emotiva, sobre o que é a beleza. A pergunta fica no ar e cada leitor terá a sua própria resposta a dar.


Até Breve e.... Boas Leituras!


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